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quinta-feira, 9 de abril de 2009

O SIMBOLISMO ESOTÉRICO NA ÚLTIMA CEIA


A Santa Ceia reveste-se dos mais bonitos e significativos ensinamentos de Jesus, ensinamentos não só de natureza esotérica, mas também esotérica, de marcantes passagens ritualísticas cheias de significados místicos. No tempo de Jesus, Israel bem como todo o mundo na época estavam sob jugo de reinado dos romanos. Havia três grandes grupos religiosos, os fariseus e saduceus, sobejamente conhecidos pelas inúmeras referências bíblicas, e os essênios, pouco ou nada conhecidos e nunca citados, pois viviam à parte da sociedade, morando em fraternas comunidades, de forma simples e quase ascéticas, buscando viver corrente ao Torá.
Jesus era um deles, assim como seu primo João Batista. Havia também nesse tempo, uma resistência judaica ao domínio romano por nacionalistas religiosos que formavam dois grupos básicos: os zelotes, constituídos por sacerdotes, e os sicários, por gente do povo. Judas Iscariotes era um destes. Atuavam em guerrilhas e queriam um Messias que os guiasse a uma luta frontal e aberta contra os romanos.
Jesus retornando à Jerusalém para a comemoração do Pessach (a Páscoa) incumbe João e Pedro da secretíssima missão de ir à casa de Samuel, apressar os preparativos para a Ceia, função essa que normalmente caberia a Judas cumprir. Já sabia o Rabino que Judas procurava ocasião propícia para traí-lo e não queria antecipar sua hora, indicando a casa onde se reuniriam. Diz Jesus a João e Pedro: “ide à cidade e quando encontrarem um homem com uma bilha de água aos ombros, segui-o e onde ele entrar aí, cearemos”. Essa indicação que a princípio poderia nos parecer tola tem sua razão de ser, pois com certeza, eles não veriam nunca um homem levar água aos ombros, já que isto era função das mulheres, menos ainda um homem livre e romano.
Esse homem era Quarto que entrou na casa de Samuel. Este, já sabedor, apressa o necessário para a ceia. Judas nesse ínterim, conversa com os inimigos de Jesus: os sacerdotes que ele tanto os desmerecia, os comerciantes, que muito recentemente ele os expulsara do Templo e os políticos que queriam sublevar a massa. Judas pertencia ao grupo dos políticos, que o convenceu a entregar Jesus com a justificativa de que só assim o povo se levantaria contra o jugo dos romanos. Judas concordou e combinou com eles o valor irrisório de 30 dinheiros, em moedas de prata, que na época era o preço de um escravo (mais tarde, ele percebeu que tudo não passou de uma manobra política, sentindo-se muito mais um traído do que um traidor). Já na casa de Samuel, Marta terminava os preparativos da ceia, com os pães, ázimos prontos e o Charoseth, em que se molhava o pão para comer, além da salada de ervas amargas: agrião, chicória, salsa e marubi (raiz forte).
Disputando entre si quem seria o melhor e maior discípulo, João e Tiago, seu irmão, haviam combinado de sentarem à direita e à esquerda respectivamente do Rabino. Mas Judas antecipando-se aos mesmos e com pretexto de ver se estaria tudo já pronto e em ordem, entra e sentá-se à direita do lugar reservado a Jesus. João apressa-se e toma o seu lugar à direita do Mestre. Assim, cada um foi tomando o seu assento. Percebendo Jesus a oculta disputa entre eles, lhes diz: “o que dentre de nós quer ser o maior, faça-se o menor” e, assim dizendo, pega uma bacia, enche d’água e põe-se a lavar os pés de Judas. Olhando-o (ele desvia o olhar) diz: “não estais todos limpos”. Quando em seguida lava os pés de João, este encabula e enrubesce. Ao chegar a vez de Pedro, este se nega a que o Mestre lhe lave os pés até que Jesus o admoesta, Pedro não só concorda como até lhe pede para lavar as mãos e a cabeça. Após lavar a todos, Jesus lhes diz de novo “me chamais de Mestre e mesmo assim lhes lavo os pés. Quero, pois que façam o mesmo uns com os outros como prova de humildade e amor”.
Em seguida, todos se sentam à mesa, lavam as mãos, tomam o vinho, ceiam e mais uma vez, lavam as mãos para de novo, ritualisticamente, tomarem o vinho, a Santa Ceia é na realidade um iniciático ritual essênio de purificação, onde se separa o trigo do joio. No momento em que o Messias diz: “um de nós há de me trair”, espantam-se todos. João, ao seu lado, inclina-se e ouve “aquele a quem eu der o pão embebido”. E molhando o pão no vinho o dá a Judas, “o que tens a fazer, faze-o depressa” e Judas sai sem causar espanto aos demais, pois sendo o tesoureiro, muitas vezes saía as pressas para comprar coisas. E só então Jesus pega os pães e os reparte assim como o vinho, dizendo “tomai e comei, este é meu corpo, tomai e bebei, este é meu sangue”.
. Astrologicamente: A cabeceira da mesa à esquerda de Jesus, está sentado Simão, representando o signo de ^ com uma ampla testa, característica dos nascidos sob este signo. Suas mãos estão como que dando inicio a um movimento, como que começando alguma coisa. E é realmente ^ que começa o Ano Novo astronômico e astrológico. A seguir vem Judas Tadeu, representando _, signo da terra, passivo, frio, parado. Suas mãos parecem se opor as mãos de ^ como que se interrompesse seu movimento. O colo e o pescoço, regidos por _ em nosso corpo, são amplos. Logo depois vem o típico geminiano, Mateus, o autor do 1º evangelho, o comunicador, mas também dual. Ele olha para um lado e aponta para outro, caracterizando a dúvida. A seguir a emoção fechada de João, a que coloca as mãos sobre o coração, como se dissesse “eu os amo, olhem meus sentimentos”. É diferente da emoção aberta de Tiago Menor, o típico leonino. É como se ele estivesse abrindo o peito, mostrando seu coração e dizendo “me amem, pois eu sou o rei e os domino”.
Ao seu lado, está a crítica da razão pura, mas tão somente com o signo de c, representado por Tomé, aquele que quer ver para crer e não crer para ver. Ele precisou com seu dedo (ele o tem em destaque) tocar na chaga de Cristo para acreditar que era ele próprio.
À direita de Jesus encontra-se o “discípulo amado”, João-aquele que também muito o amou. Sua regência é de Vênus já que representa d. É interessante observar a doce suavidade de sua expressão, como suas mãos se cruzam com que em oração.
Ao seu lado, mas recuado, afastando-se como que de medo, o ecônomo do grupo, representando e, Judas Iscariotes. É interessante saber que o escorpião é o único animal que se suicida, assim como Judas foi o único discípulo a se suicidar. Em uma das mãos, ele tem a sacola de dinheiro, a outra entreabe-se timidamente como se quisesse agarrar-se ao Mestre. Há o pequeno detalhe do potinho de sal derramado. Projetando-se por trás dele destaca-se Pedro, f, aquele que elege os ideais. Metade homem, metade animal, essa característica do signo é representada pela faca em uma das suas mãos significando seu lado de besta, que sabiamente ele a coloca atrás de Judas, como já querendo nos dizer algo, mas a aponta em direção contrária ao Rabino, e com a outra mão lhe aponta o dedo a guiza de seta, como faz o arqueiro zodiacal. Atrás se encontra André, o eremita do Tarô no zodíaco. Ele nos mostra as palmas das mãos como a nos dizer que estão limpas, que ele não tem nada a ver com isso, nem quer ter. Está na sua caverna. De lá não quer sair para não se envolver em nada, e lá não quer ninguém entre para não se ver envolvido com qualquer pessoa.
À sua direita está h, representado por Tiago Maior. Sua mão coloca-se por trás da razão ( g ), mostrando que muitas vezes, para alcançarmos os objetivos e ideais propostos, temos que superar os limites impostos pela mente ou seja, dar um salto maior que as pernas, abandonando o passado para irmos ao futuro. A cabeceira está o discípulo Bartolomeu que, representando i, é o único que tem os pés à mostra iluminados, fora da sombra da mesa. E é esta a parte do corpo regida por i, os pés. Suas mãos apoiam-se firme à mesa, como se não quisesse passar, ou quem sabe pronto a saltar.
Finalmente, Jeoschua Ben Pandirah, que representa o Sol na faixa zodiacal, ou seja, a luz que resplandece através dos signos representados pelos apóstolos. Sua mão direita, a que está do lado de Judas, volta-se com a palma para baixo, como que a indicar o apagar da luz de Judas apegado às coisas do mundo, mas é também o seu gesto igual ao dele, como se quisesse pegar e puxá-lo para si. Já na sua outra mão está com a palma para cima, como que não só recebendo as vibrações cósmicas, mas também as espargindo sobre o mundo, a abençoar-nos.
Este momento da Última Ceia é o exato momento como uma fotografia em que Jesus anuncia que será traído. É só observar o espanto e mimetismo de cada um. Alguns se levantam, outros se desviam, formam-se grupos que discutem entre si, mas Jesus sereno como que ora e espera.
No centro da mesa, ele tem atrás de si a “porta”, mostrando aos discípulos ser ele “o caminho”. Encimando-se o arco da mesma como se fosse a sua aura, que tem o seu centro no Anahata Chakra, o chakra cardíaco de Jesus.
Qualquer diagonal das muitas que o quadro tem, se alongada, irá direto ao Ajna Chakra de Jesus, o chakra frontal. O ângulo de inclinação entre Jesus e Judas é de 33º, a idade da sua crucificação.(Sala Mestre Morya - Tel: 2565 5024/9346 7460/9981 0802-
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